A doce tristeza das catedrais medievais: preâmbulo do Céu
Catedrais Medievais

A doce tristeza das catedrais medievais: preâmbulo do Céu



A catedral gótica tem uma ligação com a vida concreta. Por isso, o gótico tem uma certa tristeza também.

Todo edifício gótico tem ao lado da seriedade uma certa nota de tristeza que não é hirta.

E a tristeza profunda da pessoa que se realizou, que teve tudo no seu grau como lhe era próprio, e depois acaba percebendo que há algo além que deve desejar e que não tem.

E fica esperando essa coisa com certa serenidade, porque sabe que não é desta Terra.



Mas, sabe que essa coisa o aguarda para toda a eternidade. Porque essa coisa que está além de todos os bens da Terra é o próprio Céu.

É uma tristeza em que há uma nota de felicidade e de esperança: algum dia chegará.

É uma nostalgia suave.

É como quem está junto às primeiras ondas do mar, sabendo que vem um barco para pegá-lo e levar adiante.

Não há dilaceração, não há berro, não há baixa. Há uma espécie de “é verdade, tudo isto me conduziu a um prenúncio; eu aceito e amo esse prenúncio, mas algo mais virá”.

É apenas uma esperança de que algo virá e que em ultima análise e o Céu.

Essa tristeza é resignada e tem a mais alta alegria que é esta pontinha cristalina e doce de esperança dentro da tristeza.

É como a pessoa que olha para trás e ve tudo quanto sofreu, mas não tem azedume e diz: “tudo isso se explica, foi necessário”.

Por exemplo, o sujeito foi um grande general, ganhou uma porção de guerras e batalhas pelas quais ele passou, e após ter passado tudo conserva uma serenidade como quem diz:

“Não é verdade que tudo acabou, mas há qualquer coisa no meu horizonte, que é uma contemplação e eu sinto um prenúncio vago de quem diz que a morte não vai deglutir tudo. Algo de mim fica, algo sobrevive”.

Sobreviverá no Céu.


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