A decadência de Cluny e o ocaso da Cristandade medieval (7)
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A decadência de Cluny e o ocaso da Cristandade medieval (7)


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A cristandade alargava-se, as cidades eram novamente palco de transformações sociais. Nascimento da burguesia, novo impulso comercial.

Esse arranque teve início por volta do ano mil. Para as mentes de então, estava associado à busca religiosa. O próprio Raul Glaber, cluniacense, é sempre bom recordar, fala de uma paz divina após o flagelo da fome, como se Deus renovasse seu pacto com a humanidade. Sinta a fluência literária de um historiador cluniacense:

No ano milésimo depois da Paixão do Senhor, após a dita fome desastrosa, as chuvas das nuvens acalmaram-se obedecendo à bondade e à misericórdia divina. O céu começou a rir, a clarear e animou-se de ventos favoráveis. Pela sua serenidade e paz, mostrava a magnanimidade do Criador. Toda a superfície da terra cobriu-se de uma amável verdura e de uma abundância de frutos que expulsou completamente a privação (...)

Inúmeros doentes reencontraram a saúde (...)

O entusiasmo era tão ardente que os assistentes elevaram as mãos a Deus exclamando em uníssono: “Paz! Paz!” Viam o sinal do pacto definitivo, da promessa estabelecida entre eles e Deus. (citado em DUBY, 1986: 179-180)

O ocidente medieval cobriu-se de branco, o branco das igrejas. Construções por toda a parte:

...viu-se em quase toda a terra, mas sobretudo na Itália e na Gália, renovar as basílicas das igrejas (...) Era como se o próprio mundo tivesse sido sacudido e, despojando-se da sua vetustez, se tivesse coberto por toda a parte de um manto branco de igrejas. (citado em DUBY, 1986: 192)

Cluny foi reflexo e imagem disso. A arte das catedrais foi também a arte das cidades (DUBY, 1988: 59), o que mostra a pujança dessa arrancada civilizacional.

Mas Bernardo acusa a opulência do mosteiro de Cluny. Os fiéis deveriam retornar a seu momento primeiro, à vida pobre, como Cristo, como os Apóstolos. Especialmente os monges, que estavam na dianteira do mundo, próximos do além. A vida apostólica era novamente o modelo a ser seguido. O século XII enriquece materialmente mas entra em crise, crise espiritual, crise religiosa (BOLTON, 1986: 19-62).



Por fim, a arte, a rica arte cluniacense que Bernardo aponta e que faz lembrar-lhe do “antigo rito dos judeus” (XII.28) (DIAS, 1997: 63). Ela é resultado imediato dessa riqueza que o mundo conhece. Qual a causa desse pecado? Para ele, a avareza. Ele critica:

Com os bens dos pobres serve-se aos olhares dos ricos. Os curiosos encontram com que deleitar-se e os miseráveis não encontram com que sustentar-se (...) Muitas vezes cospe-se na figura dum anjo, muitas vezes ferem a face dos santos os calcanhares dos transeuntes (...)

Porque decoras o que logo sujas? Porque pintas o que se deve calcar? Que valem aí essas bonitas imagens, onde tão freqüentemente se enchem de pó? Por último, que vale isso para os pobres, para os monges, para a gente espiritual? (XII.28) (DIAS, 1997: 63)

Então chego à passagem mais famosa dessa apologia. Ao acusar a monstruosidade artística cluniacense, Bernardo nos mostra o quanto o mosteiro era suntuosamente decorado:

De resto, nos claustros, diante dos irmãos a fazer leituras, que faz aquela ridícula monstruosidade, aquela disforme beleza e bela disformidade? Para quê estão lá aqueles imundos macacos? Para quê os leões ferozes? Para quê os centauros monstruosos? Para quê os semi-homens? Para quê os tigres às manchas? Para quê os soldados a combater? Para quê os caçadores a tocar trombetas?
Vês uma cabeça com muitos corpos e um corpo com muitas cabeças. Daqui vê-se um quadrúpede com cauda de serpente, dali um peixe com cabeça de quadrúpede. Ali uma besta tem frente de cavalo e de cabra a parte de trás; acolá um animal cornudo tem traseiro de cavalo. Tão grande e tão admirável aparece por toda a parte a variedade das formas que mais apetece ler nos mármores que nos códices, gastar todo o dia a admirar estas coisas que a meditar na lei de Deus.

Meu Deus! Se a gente não se envergonha destas frivolidades, porque não tem pejo das despesas? (XII.29) (DIAS, 1997: 67)

Banalidade da arte, do mal. Os olhos se perdem nas imagens, que passam para o primeiro plano. O tempo está perdido. O mundo cluniacense é um carnaval animalesco, um bestiário que passa em cada parede, em cada escultura, em cada pintura.

Os artistas de Cluny deram asas à imaginação e representaram o mundo visível e o invisível para o deleite dos monges: monstros, centauros, sátiros, faunos, dragões, sagitários, macacos (simiae). Até macacos! Na Idade Média, o macaco, o símio, simbolizava os vícios do condenado, a caricatura do homem (CURTIUS, 1996: 655).

Como poderia estar presente na arte de um claustro? Por isso Bernardo os chama de imundos. Essa arte é sensual, um prazer perverso, e por isso não deveria ser chamada de estética (DUBY, 1990: 109).

Como ver beleza e sublimação nisso? Onde estão as virtudes morais que deveriam estar associadas às percepções estéticas?

A mística bernardina não negava a beleza desses ornamentos. Umberto Eco nos mostrou que justamente por reconhecer seu atrativo irresistível é que os místicos a combateram.

A descrição de Bernardo da arte cluniacense é tão real que mostra seu paradoxo: ele via tanta sutileza em coisas que não queria ver (ECO, 1989: 17).


EXEMPLOS DE VIDA DOS ABADES SANTOS DE CLUNY

Santo Odilon, modelo de abade de Cluny

Santo Odilon, um abade de Cluny que modelou a Cristandade

Santo Odilon: leão pela causa da Igreja e escravo de Nossa Senhora

Santo Odon: resplandecente abade de Cluny


Talvez eu deva moderar um pouco o julgamento de Umberto Eco. Bernardo apenas aparenta ser contraditório, pois quando conclui sua apologia lamentando não ter conseguido escrever sobre esse tema de outra forma que não fosse o escândalo, diz que, ao repreender os irmãos para que se corrijam, não está fazendo detração, mas atração (XII.31) (DIAS, 1997: 71).

Mais um jogo de palavras típico de sua bela e rica retórica, cheia de hábeis contraposições, bem ao melhor estilo da época (ECO, 1989: 20).

Bernardo sabe que ao lamentar os vícios ofende os viciosos. Paciência ‒ virtude máxima medieval.


O Beato Papa Urbano II consagra a igreja de Cluny
A crítica de São Bernardo à vida cluniacense foi apenas a primeira de uma torrente que se avolumou com o passar do tempo.

À medida que se aproximou de seu fim, a Idade Média tornou-se mais rígida, o crescimento e a riqueza, distanciaram os extremos sociais.

De sua parte, os religiosos buscaram alternativas mais austeras de redenção. A proposta de reforma cluniacense, a transformação da oração em combate religioso, dos monges em guerreiros de luz foi, como já se disse, mais uma etapa de sublimação das pulsões agressivas dos cavaleiros medievais, da violência das camadas superiores daquela população (VAUCHEZ, 1995: 51).


Sobre os prédios de Cluny (celeiro, torres, fachada, etc.) ver também:
Abadia de Cluny: 'alma da Idade Média - I
Abadia de Cluny: 'alma da Idade Média - II
Abadia de Cluny: 'alma da Idade Média - III. Contribuições para o progresso temporal: celeiro, moinho e outras invenções
Papel de Cluny na formação da Idade Média ‒ 1
Papel de Cluny na formação da Idade Média ‒ 2
Cluny comemora 1100 anos envolta numa aura de veneração


Em suma, mais um momento do processo de civilização realizado durante aqueles séculos pelo cristianismo triunfante.

Por outro lado, a Igreja, ou melhor, os bispos, já não precisavam dos monges. Vimos que desde Adalberon os bispos denunciavam a apropriações que os cluniacenses vinha realizando, especialmente no campo da liturgia.

De um lado, essas críticas foram mais um movimento de retorno às origens (à chamada Igreja primitiva) típico dos segmentos mais radicais presentes em todas as religiões e sempre dispostos a um eterno retorno; por outro, o mundo havia mudado e o centro da mudança estava nas cidades.

A virada deu-se entre 1120 e 1125: Calisto II (1119-1124), o primeiro papa em cinqüenta anos que não provinha de um mosteiro, abandonou Cluny aos ataques, às críticas do episcopado (DUBY, 1982: 232).

A partir daí, a vida cultural, especialmente a intelectual, passou então, e cada vez mais, do mosteiro para a catedral, do campo para a cidade. Mas isso é outra história.

Enfim, Cluny representa o que de mais opulento a Idade Média central, a dos feudais, criou. Foi uma espiritualidade triunfalista, a idéia de cruzada na oração, onde a contemplação da glória e da majestade divinas eram mais destacadas que as noções de pecado e de resgate (VAUCHEZ, 1995: 40).

Exprimindo o desejo espiritual de conquistar o mundo, de representar cada vez mais e melhor o esplendor celeste em sua igreja monumental, mas sem abandonar a caridade beneditina e o auxílio aos desamparados, os monges-cavaleiros cluniacenses criaram e materializaram a Jerusalém celeste em terras borgonhesas.

Seguiram à risca e no limite das possibilidades humanas o pedido sincero e despojado do duque Guilherme: a doçura da comunicação com o céu.

(Fonte: Ricardo da Costa (Ufes), "Cluny, Jerusalém celeste encarnada", in: Revista Mediaevalia. Textos e Estudos 21 (2002), p. 115-137 (ISSN 0872-0991).

FIM

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