Catedrais Medievais
A catedral, poderosa nave da Salvação
O artista medieval não era nem um rebelde, nem um “filósofo”, nem um precursor da Revolução.
É suficiente apresentá-lo como ele realmente era: simples, modesto e sincero.
Ele era um dócil intérprete das grandes idéias que para conseguir representar, ele engajava todo seu engenho. Era-lhe concedida pouca margem para a invenção.
A Igreja confiava à fantasia individual do artista apenas pequenas peças puramente decorativas.
Mas, ele tinha jogo livre para aplicar sua força criativa e tecer grinaldas com todas as coisas vivas para adornar a casa de Deus.
Plantas, animais, todas essas belas criaturas que suscitam curiosidade e ternura na alma da criança e do simples tomavam forma em seus dedos.
Por obra dele a catedral transformava-se numa coisa viva, uma gigantesca árvore transbordante de pássaros e flores, menos parecida a uma obra humana do que à natureza.
A convicção e a fé perpassavam a catedral de ponta a ponta. Até o homem moderno fica profundamente impressionado pela serenidade desde que queria em alguma medida se submeter à sua influência.
Ali as dúvidas e teorias humanas devem ser esquecidas por um certo tempo.
Vista de longe, a catedral com seus transeptos, agulhas e torres parece uma nave poderosa prestes a partir para uma longa viagem.
E toda uma cidade pode embarcar cheia de confiança em seus imensos conveses.
Quando o viajante se aproxima dela a primeira coisa com que se depara é a figura de Cristo, da mesma maneira que todo homem nascido neste mundo O encontra através de sua viagem pela vida.
Ele é a chave do enigma da vida.
Em torno d’Ele está escrita a resposta a todas as interrogações do homem.
Juizo Final, catedral de Bourges.
O cristão apreende como o mundo começou e como vai acabar. E as estátuas que simbolizam as diferentes idades do mundo lhe instruem sobre sua duração. Diante de seus olhos estão todos os homens cuja história teve importância e que ele deve conhecer.
Trata-se daqueles que sob a Antiga ou a Nova Lei foram tipos de Cristo, por quem só vale a pena viver posto que partecipam da natureza do Salvador.
(Fonte: Émile Mâle, “A arte religiosa na França no século XIII”, apud “The Dawson Newsletter", Summer 1993).
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