Catedrais Medievais
Notre-Dame de Paris: 850 anos da Rainha das Catedrais (1163 — 2013)
A mais célebre catedral do mundo, dedicada a Nossa Senhora na capital francesa, comemora 850 anos de existência.
Jóia do estilo gótico, ela é um testemunho vivo do alto grau de civilização de uma época denegrida durante séculos por toda espécie de inimigos da Religião católica, inclusive os modernistas.
Se pudessem, estes teriam derrubado todas as antigas igrejas e catedrais românicas, góticas, barrocas ou clássicas, para erguer em seus lugares templos do absurdo, do monstruoso e do esotérico.
Exemplos disso são a catedral do Rio de Janeiro, no estilo brutal ao gosto divulgado por Le Corbusier, a catedral de Brasília, projetada pelo comunista de carteirinha Oscar Niemeyer.
Ou ainda o projeto da nova catedral de Belo Horizonte, também do mesmo arquiteto e uma afronta ao Estado que deu tão belos exemplos de sua religiosidade através da arte barroca.
O modernismo que se infiltrou na Religião católica rompeu com a tradição, à semelhança do movimento artístico.
Este último tinha como imperativo moral e filosófico desenvolver uma “estética” com base em formas hediondas, avessas aos princípios clássicos e sem qualquer referência histórica, adotando ao mesmo tempo materiais desenvolvidos pela revolução industrial, como o aço e o cimento.
O modernismo religioso ou progressismo serviu-se dessa arte para manifestar sua adesão ao mundo.(1)
“Doce primavera da Fé”
Mas, à medida que o progressismo devastava as fileiras católicas no século XX, providencialmente estudiosos e especialistas sem preconceitos foram pondo a nu a grande mentira dos que manipulam os povos e as sociedades:
A Idade Média, longe de constituir “mil anos de trevas”, conforme apregoado, foi ao contrário uma das eras em que as artes, as ciências e o descortino de horizontes do espírito humano mais progrediram. Melhor do que ninguém a descreveu o Papa Leão XIII com estas palavras memoráveis:
“Tempo houve em que a filosofia do Evangelho governava os Estados. Nessa época, a influência da sabedoria cristã e a sua virtude divina penetravam as leis, as instituições, os costumes dos povos, todas as categorias e todas as relações da sociedade civil. Então a Religião instituída por Jesus Cristo, solidamente estabelecida no grau de dignidade que lhe é devido, em toda parte era florescente, graças ao favor dos Príncipes e à proteção legítima dos Magistrados. Então o Sacerdócio e o Império estavam ligados entre si por uma feliz concórdia e pela permuta amistosa de bons ofícios. Organizada assim, a sociedade civil deu frutos superiores a toda a expectativa, cuja memória subsiste e subsistirá, consignada como está em inúmeros documentos que artifício algum dos adversários poderá corromper ou obscurecer”.(2)
Um desses “frutos superiores a toda expectativa” foram as catedrais góticas, graças à “permuta amistosa de bons ofícios” entre as três classes que compunham a ordem social medieval: clero, nobreza e povo.
O estilo gótico ou ogival, então recém-descoberto, alcançou notoriedade com a edificação da basílica de Saint-Denis, pelo célebre Abade Suger e consagrada em 1140.
Pouco depois começaram a surgir no horizonte, em terras do domínio real, as flechas e torres brancas das maravilhosas catedrais.
E o coração do povo encheu-se de entusiasmo, porque “toda a França está nas catedrais como toda a Grécia se resume no Partenon”, como exclama Rodin.(3)
O gótico floresce na arte medieval e as catedrais são o mais grandioso testemunho do pensamento, da fé e do ideal daquele período histórico.
Sente-se uma emoção peculiar na França ao contemplar as catedrais.
Assim a de Senlis com sua flecha esguia, vista através das árvores da floresta; ou, ao longe, encimando a colina que domina a planície, a silhueta da catedral de Laon, a figurar a quilha de um navio fantástico; ou ainda admirar a sólida e possante fachada de Notre-Dame de Paris, as rendas em pedra da catedral de Reims, a elegante harmonia de lógica e proporção da catedral de Amiens, a umbrática nave da catedral de Chartres, ressaltando o esplendor das cores e belezas dos seus incontáveis vitrais…
(Autor: Gabriel J. Wilson)
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